Gravada sem roupa pelo patrão com câmera escondida, babá surge revoltada com decisão da Justiça

Babá colombiana se revolta com decisão judicial após ser filmada por ex-patrão.

Uma babá de origem colombiana ficou profundamente insatisfeita com a decisão da Justiça após o seu ex-patrão ter sido condenado por filmá-la sem autorização dentro da casa onde trabalhava. O empresário Michael Esposito, de 35 anos, foi sentenciado a pagar 2,7 milhões de dólares, aproximadamente 15,3 milhões de reais, como indenização pelos danos causados à jovem.

No entanto, a babá considera que a pena foi insuficiente, pois queria que ele fosse preso pelos crimes cometidos. Os crimes aconteceram ao longo de 2021, período em que a jovem, chamada Kelly Andrade, trabalhava como babá dos quatro filhos do casal.

Esposito, dono de um restaurante, instalou 
 câmeras de segurança dentro de sua casa e gravou a babá em diversas situações íntimas, incluindo momentos em que estava sem roupa. Apesar da alta indenização, Kelly está revoltada porque acredita que a pena não reflete a gravidade dos danos causados à sua vida.

Kelly, de 25 anos na época dos crimes, descobriu as gravações ao notar uma movimentação suspeita por parte de Michael Esposito. Ele frequentemente mexia no detector de fumaça do quarto dela, mudando sua posição.

Desconfiada, a babá resolveu inspecionar o aparelho e descobriu que havia uma 
 câmera escondida ali. Ao analisar o cartão de memória da câmera, Kelly encontrou milhares de vídeos onde ela aparecia trocando de roupa.

Ao perceber que estava sendo filmada, a jovem entrou em desespero. Naquele momento, Esposito monitorava as imagens em tempo real e tentou arrombar a porta do quarto de Kelly, que estava trancada.

Com medo, a babá pulou pela janela do primeiro andar e machucou o joelho durante a fuga. Sem ter parentes nos Estados Unidos, ela chegou a passar a noite na rua antes de procurar ajuda policial no dia seguinte.

Michael Esposito chegou a ser preso em 2021, mas permaneceu detido por pouco tempo. Ele conseguiu a permissão para responder ao processo em liberdade e foi condenado a dois anos de liberdade condicional.

Durante esse período, ele está proibido de se envolver em novos crimes. Embora tenha confessado os atos, Kelly esperava que ele cumprisse pena na prisão, uma vez que o impacto emocional das gravações foi devastador para ela.

A babá colombiana afirma que o dinheiro não é suficiente para reparar o sofrimento que viveu. Em entrevistas, ela disse que as gravações deixaram danos irreparáveis em sua vida e que o ex-patrão deveria estar preso para pagar pelos seus atos.

Kelly encoraja outras mulheres que trabalham como babás a não se calarem e denunciarem seus agressores, independente do medo ou da posição de poder dos patrões. Ela acredita que a impunidade contribui para que crimes desse tipo continuem acontecendo com frequência no país. “Não fiquem quietas. Não tenham medo de denunciar seu agressor”, destacou ao The New York Post.