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Advogado revela as fragilidades da acusação da PGR contra Bolsonaro
Na noite da última terça-feira, a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, liderada pelo advogado Fábio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação Social, proferiu críticas severas à denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Segundo o documento divulgado, a acusação, que aponta uma tentativa de golpe, seria “inepta” e desprovida de fundamentos concretos que ligassem o ex-presidente ao suposto plano.
Durante a exposição das falhas apontadas, Wajngarten chamou atenção para o uso de uma única delação premiada, que teria sido alterada várias vezes, como base da denúncia. O advogado questiona a coerência e a voluntariedade das acusações feitas pelo coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordem de Bolsonaro, destacando as contradições evidentes nos relatos.
A revista Veja, em março do ano passado, divulgou áudios onde Cid reclama da condução de seu acordo de delação, insinuando que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), teria uma “sentença pronta”, acirrando as dúvidas sobre a imparcialidade do processo.
A PGR encaminhou a denúncia de 270 páginas ao STF, sendo Alexandre de Moraes o relator designado. A defesa de Bolsonaro, por sua vez, expressa confiança no sistema judiciário, antecipando que as alegações, por sua fragilidade e falta de evidência material, não serão sustentadas.
Esta acusação levanta questionamentos profundos sobre a integridade das investigações, marcadas por dois anos de diligências intensas e medidas invasivas. Não obstante, nenhuma prova direta conectando Bolsonaro às acusações foi encontrada, reforçando o argumento da defesa sobre a insuficiência das bases da acusação.